Amador e Profissional, um divisor de águas
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Foto: Internet |
Minha carreira de narrador esportivo,
iniciou na beira do campo narrando no som local, 2 anos mais tarde tive a
oportunidade de narrar numa emissora de rádio, mas qual a diferença entre as
duas? Pouca, se olharmos pelo tratamento profissional, o amador as vezes é melhor
em termos financeiros, mas o rádio profissional ainda te da um Status! No futebol
não é diferente também.
Quando iniciei minha
carreira no amador depois me tornei narrador profissional, eram poucos
campeonatos, poucos jogos em fins de semana, olha que ganhei muito dinheiro a
ponto de pagar as mensalidades da minha faculdade de jornalismo, mas de uns anos
para cá foi difícil eu permanecer no amador narrando e conciliando com o rádio
profissional, devido a valorização.
Há mais de uma década atrás,
nunca se ouvia a palavra pagar jogador, a não ser um profissional que estivesse
parado e recebia um “bixinho” pra jogar sua bola, o restante era por gostar da
torcida ou simpatizar com o time. Mas tudo em seu tempo muda né? Então nem vou mencionar
quem começou com essa gratificação a jogadores do amador, que nada mais são do
que jovens que tiveram base, não foram aproveitados no futebol profissional, e
resolveram ganhar a vida jogando bola. Errado eles? De forma nenhuma, existem
pais de família nesse meio, e o que construíram em 10 anos, foi graças ao valor
pago pela equipe para o atleta assinar mais o bixo por jogo!
Com o fim do transporte de
torcedores em caminhões e tombeiras que por lei ficou ilegal, recordo com
saudades dos antigos titular e aspirante, viajamos em cima desses imensos veículos
para assistir léguas distantes para ver nosso amigo ou parente jogar pelo time
do bairro ou distrito. Futebol amador pra mim foi uma paixão, a ponto de criar
meu próprio time no ano de 2004, Independente Futebol Clube de Várzea Grande
desativado em 2019. Confesso que hoje o futebol amador está mais regionalizado,
pra ser bem claro e “bruto”, em qualquer “biboca” tem um campeonato seja de
alto ou baixo nível, só pra você que está lendo ver, que o amador já tem dessas
coisas.
Depois de uma viajada no
futebol amador do meu tempo e o atual, vamos falar do Profissional, hoje não é
tanta culpa da Federação de Futebol do Estado em punir jogador ou bloquear
jogador peladeiro nos clubes profissionais, ora, cabe aos clubes profissionais
a responsabilidade em valorizar esses atletas, para que os mesmos não possam
ser vistos jogando campeonatos amadores e flagrados e no dia seguinte multados
por jogar com contrato ativo.
O jogador que quer ser
profissional, tem que ter foco, mas também tem que ganhar no mínimo três
salários, seja solteiro ou pai de família, quem que atua no futebol amador
trabalhar 5 dias da semana, ganhando dois salários carteira assinada e outras
regalias para jogar um campeonato profissional de quatro meses, e depois ficar
desempregado? E pior, se não for sub-21 nem joga a Copa FMF, que seria um
seguro para se manter com calendário cheio na região, ai fica difícil para ser
jogador profissional, em alguns casos pagando até menos que um salário.
Eu vejo que o futebol amador
cresce em publico e nível técnico, mas, fato é que hoje tem grana entrando,
seja por pequenos ou grandes comerciantes, empresários, políticos que ajudam
com verbas e até outros meios que não cabe a mim falar... mas o futebol amador
na baixada cuiabana é um atrativo para classes C e D que são mais presentes. Agora
o que não pode acontecer é o jogador profissional da região ser desvalorizado, infelizmente
não se tem um contrato vitalício que inicia em janeiro e termina em dezembro,
por que para o clube isso vai render altos prejuízos. Outro ponto importante,
publico pagante, nos últimos anos, notei que o numero de torcedores pagantes
caiu, cheguei a ver na minha primeira narração no estádio Dutrinha, 4 mil pessoas torcedoras do Mixto e Operário,
e 2 mil do Dom Bosco, de la pra cá esse numero foi caindo pra Mil, 700, 600 e
300 pessoas já na era Arena Pantanal. Se for pra contar com bixo de bilheteria,
fica difícil, a não ser popularizar o preço dos ingressos e ter uma atração que
chame o povo, se quiser que a renda chegue na casa dos R$ 20.000,00 !
Diferenças existem entre o
profissional e amador, mas de fato, não pode misturar as coisas, logico que
essa é uma obrigação dos clubes profissionais em valorizar os atletas da casa,
por outro motivo também, jogador amador se transforme em profissional, a ponto
de vestir apenas a camisa de um time, mas pra isso muita coisa precisa melhorar
no futebol de MT de forma bem profissional.
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